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Tratamento de canal: o que é? Como funciona?

tratamento de canal
6 minutos para ler

Muito se ouve falar em tratamento de canal, porém nem todos sabem em quais casos ele é realmente indicado e por que é necessário. Na verdade as pessoas têm muito medo desse procedimento por desconhecer o modo como ele é feito atualmente, considerando apenas relatos de quem o realizou no passado.

A Odontologia evoluiu muito, por isso, o tratamento de canal hoje é mais confortável para o paciente e também muito mais seguro. Diferente do que se acredita, esse procedimento não caracteriza a “morte do dente”, mas apenas a remoção das partes internas dele quando elas estão doentes e não podem ser tratadas de outra forma.

Na verdade, ele ajuda a preservar o dente, evitando que seja extraído. Por isso é um tratamento muito importante e falaremos sobre ele neste artigo. Continue lendo para saber mais informações, de modo a desmistificar esse procedimento, que ainda sofre preconceito.

Indicações do tratamento de canal

No interior do dente, ou seja, em sua polpa estão contidos tecidos que fazem com que ele esteja vivo. Isso porque ali se encontram os nervos, vasos sanguíneos e outras estruturas que promovem a sensibilidade dentária.

Essas estruturas também podem ser acometidas por doenças e problemas, desencadeando inflamações e infecções. Quando isso acontece, a polpa do dente acaba morrendo, então não desempenha mais as suas funções e pode necrosar.

O tratamento de canal é indicado para fazer a remoção dessas estruturas problemáticas ou mortas. O intuito é evitar que as inflamações e infecções se estendam para a raiz, migrando para o tecido periodontal e até mesmo outros dentes e ossos.

Afinal, a polpa do dente se estende da coroa até a raiz, e quando a inflamação não é tratada, pode ser gerado um abscesso. Ele pode causar problemas no osso mandibular e ao redor do dente, além de resultar em muita dor e inchaço do rosto e dentro da boca.

As principais causas para recomendação desse procedimento são cáries e dentes trincados ou fraturados. Essas condições alteram a estrutura dentária afetando sua parte interna, e requerem tratamento para garantir o equilíbrio da saúde bucal.

Antigamente, era comum fazer a extração de dentes com esses problemas, porém, o tratamento de canal se tornou uma opção mais viável para salvá-los com segurança. Assim, evitamos que o paciente tenha sua dentição desfalcada e preservamos o equilíbrio das arcadas.

Quem pode ou não fazer esse tratamento

O tratamento de canal pode ser feito por pessoas de todas as idades, em dentes permanentes ou de leite que apresentam problemas em sua estrutura interna, mas não são candidatos à extração, uma vez que é possível salvar a sua estrutura removendo a polpa.

De toda forma, esse procedimento também apresenta algumas contraindicações. Isso significa que existem casos em que ele não é a melhor alternativa, sendo que extrair o dente seria mais viável do que tentar fazer a sua recuperação. Algumas situações contraindicadas para o procedimento são:

  • dentes com pouco suporte periodontal;
  • estrutura dentária muito destruída ou comprometida;
  • impossibilidade de restauração;
  • destruição da dentina por reabsorção;
  • fratura radicular;
  • dificuldade de acesso aos canais;
  • doenças orgânicas, como cardíacas, renais, hipertensão, entre outras.

É importante ressaltar que somente um dentista experiente pode fazer uma avaliação completa do paciente e definir se o tratamento de canal é ou não indicado. Afinal, são consideradas todas as características do problema e as condições clínicas da pessoa para adotar a melhor técnica.

Etapas do tratamento de canal

O tratamento de canal é um procedimento simples realizado no consultório do dentista com anestesia local. Ele é feito em quatro etapas básicas, sobre as quais falaremos a seguir.

1ª. Avaliação

Quando há suspeita da necessidade de um canal, o dentista solicita exames de imagem, como um raio X, para averiguar a situação do dente em questão. Ele também analisa a extensão do problema, a localização dele e outros detalhes para planejar o procedimento.

2ª. Remoção da polpa

A anestesia local é administrada no dente afetado e, logo depois, é feita a abertura dele para ter acesso à polpa doente. Com instrumentos específicos ela é completamente removida e o local higienizado para eliminar qualquer resíduo ou bactérias.

3ª. Preenchimento

Após a remoção da polpa, não podemos deixar o canal vazio. Por isso é realizado o procedimento de obturação do canal com um material específico para essa finalidade. Caso haja necessidade, um pino intrarradicular pode ser adicionado ao dente para fortalecer e dar mais sustentação à estrutura remanescente. Ele preenche o espaço da polpa e é cimentado para se manter estável, a fim de que não haja riscos de fratura após o tratamento.

4ª. Restauração

Depois que o dente está devidamente limpo e a cavidade preenchida, é feita a restauração dele. Para isso, o dentista utiliza um material com tonalidade semelhante ao esmalte para um melhor acabamento estético. A restauração pode durar a vida inteira quando bem cuidada, sendo necessário apenas as visitas de rotina ao dentista para manter a saúde bucal em dia.

Prevenção do tratamento de canal

Embora as técnicas de tratamento de canal tenham evoluído e ele seja muito mais seguro e confortável para o paciente, a melhor alternativa ainda é fazer a prevenção. Desse modo, evitamos que a polpa dentária fique doente e conseguimos preservar toda a estrutura do dente.

Para prevenir problemas dentários como um todo, as recomendações são simples: basta escovar os dentes e usar o fio dental diariamente. Outra dica essencial é visitar o dentista ao menos uma vez ao ano, embora o indicado seja de seis em seis meses.

Desse modo, ele fará a profilaxia dentária (limpeza de consultório), eliminando resíduos que a escova e o fio dental não alcançam para evitar a proliferação de bactérias. Além disso, identificará possíveis problemas ainda no começo, tratando-os de forma simples para que não se tornem graves nem afetem a polpa dentária.

É importante mencionar que há a possibilidade de cáries e fraturas dentais em crianças, por isso, é importante acompanhar os pequenos ao dentista caso haja reclamação de dores nos dentes. Lembrando que o canal pode ser feito em dentes de leite, após averiguada a necessidade e viabilidade.

Como você viu, o tratamento de canal não é um “bicho de sete cabeças” como muitas pessoas acreditam. Na verdade, é um procedimento valoroso e eficaz que ajuda a evitar a extração de dentes quando eles podem ser tratados e restaurados. Mas não se esqueça de que deve ser realizado por um dentista experiente, a fim de alcançar bons resultados.

Um dos sintomas de problemas no canal são as dores na face, mas elas também podem ser provocadas por outros problemas. Veja neste artigo quais são eles!

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